Excesso de analgésicos
Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem intensas dores de cabeça
"completamente evitáveis".
Segundo médicos do Instituto Nacional de Excelência Clínica e de Saúde (Nice,
na sigla em inglês), na Grã-Bretanha, essas dores de cabeça foram causadas pela
ingestão de analgésicos em excesso.
De acordo com as orientações da organização, muitas pessoas encontram-se em
estado de dependência de analgésicos.
Essa dependência teria sido iniciada quando os pacientes cederam a um "ciclo
vicioso" de alívio da dor, o que acaba causando ainda mais dores de cabeça.
"(A ingestão de analgésicos) pode acabar em um ciclo vicioso no qual a dor de
cabeça fica cada vez pior, então você toma mais analgésicos, sua dor de cabeça
fica pior, e pior e pior. E é uma coisa tão fácil de prevenir". explicou Martin
Underwood, da Escola de Medicina de Warwick, que liderou a pesquisa.
Dores de cabeça causadas por excesso de analgésicos
"Pessoas que ingerem medicamentos regularmente, como aspirina, paracetamol e
triptan, podem estar causando mais dor do que alívio a si mesmos", diz documento
elaborado pelo painel. "Enquanto tratamentos de farmácia são eficientes para
aliviar dores de cabeça ocasionais, acredita-se que 1 em cada 50 pessoas sofra
dores causadas pelo excesso de medicação, e a incidência é cinco vezes maior
entre as mulheres."
Análises iniciais mostram que, após a suspensão dos analgésicos, pode levar
aproximadamente um mês para que o ciclo vicioso se interrompa, com a melhoria
dos sintomas.
Os especialistas disseram ainda que devem ser considerados outras opções de
tratamentos profiláticos e preventivos - em alguns casos, por exemplo,
recomenda-se a acupuntura.
Em outros a solução pode ser bem diferente, já que se comprovou que o amor tem efeito analgésico similar ao dos medicamentos.
O Nice, por exemplo, sugere que os médicos recomendem acupuntura para pacientes
suscetíveis a enxaquecas e dores de cabeça tensionais.
No Brasil, estudos de 2009 apontam a incidência de enxaqueca em cerca de 15% da
população.
Efeitos dos analgésicos
A forma como os analgésicos atuam no cérebro não é totalmente compreendida
pelos cientistas e pelos médicos.
Acredita-se que a maior parte das pessoas afetadas tenha começado a ter dores
de cabeça comuns diárias ou enxaquecas; o problema foi se agravando à medida que
essas pessoas passaram a recorrer à medicação frequente.
Manjit Matharu, neurologista consultor do Hospital Nacional de Neurologia e
Neurocirurgia, disse que, em geral, isso se torna um problema sério quando os
pacientes começam a ingerir analgésicos por dez a 15 dias todo mês.
"Isso é um grande problema para a população. O número de pessoas com excesso
de uso de remédios para dor de cabeça já é de um a cada 50. Isso representa
aproximadamente 1 milhão de pessoas que têm dor de cabeça diariamente ou quase
diariamente devido ao uso de analgésicos", diz Matharu.
Amor cura a dor
A pergunta era bem direta: Será que o amor pode servir como remédio contra a
dor?
Os namorados tinham que colocar as mãos sobre um pequeno bloco aquecido
eletricamente. O aquecimento podia gerar dores que variavam entre nenhuma,
moderada e dor severa.
Sistema de recompensa
Ver o rosto do amante ou fazer a tarefa de distração diminuiu a intensidade
da dor praticamente no mesmo nível - 12% e 13% para a dor intensa, 36% e 45%
para a dor moderada, respectivamente.
Durante os testes, os participantes eram submetidos a um exame de ressonância
magnética funcional, ou fMRI.
Ao contrário da distração, olhar para a foto do amante ativou as seções de
recompensa do cérebro, tais como a amígdala e o nucleus accumbens.
Analgésico emocional
O resultado é importante porque a ativação farmacológica desses mesmos
sistemas de recompensa do cérebro pode reduzir substancialmente a dor.
Ou seja, é possível que amor - ou outra emoção que ative os centros de
recompensa - funcione como um analgésico.
"A maior analgesia, ao visualizar imagens do parceiro romântico, foi
associada com um aumento da atividade em diversas regiões de processamento de
recompensas, incluindo o núcleo accumbens, o córtex órbito-frontal lateral, a
amígdala e o córtex pré-frontal dorso-lateral - regiões não associadas à
analgesia induzida por distração," afirmam os pesquisadores em seu artigo,
publicado no último exemplar da revista PLoS One.
"Os resultados sugerem que a ativação dos sistemas de recompensa neurais
através de meios não-farmacológicos pode reduzir a experiência da dor," concluem
eles.
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