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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Jovens com nível superior rejeitam trabalho em fábricas na China

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Crescente número de jovens graduados leva fábricas que oferecem empregos de horário integral a enfrentar falta de mão-de-obra


Localizada às margens do Rio das Pérolas, a cidade de Guangzhou é o centro de uma região manufatureira, onde fábricas produzem desde camisetas a tablets e painéis de energia solar. Porém, o aumento do número de chineses com curso superior tem feito a oferta de mão-de-obra despencar. Desesperadas, as fábricas passaram a oferecer salários e benefícios cada vez mais altos, sem obter sucesso.
Wang Zengson, de 25 anos, terminou a faculdade há três anos. Nesse período, ele passou por empregos temporários em shoppings e restaurantes, e agora busca um emprego fixo. Apesar de estar desempregado, Wang não cogita a hipótese de aceitar um emprego de horário integral em uma fábrica por considerar que isso está abaixo de sua qualificação.
 
Assim como Wang, milhares de recém-formados chineses estão na mesma situação. De acordo com uma pesquisa feita por uma universidade chinesa, o desemprego entre jovens na faixa dos 20 anos afeta mais aqueles que têm nível superior do que os que estudaram até o nível fundamental.
O governo chinês está atento a esta nova tendência. “Existe uma defasagem estrutural. Por um lado, as fábricas não conseguem encontrar mão-de-obra qualificada, por outro lado, os estudantes graduados não querem aceitar os empregos oferecidos”, explica Ye Zhihong, do Ministério da Educação.
A expansão do ensino na década passada na China aumentou o número de jovens com nível superior hostis aos empregos nas fábricas, que contam com a ajuda dos pais para bancar seu estilo de vida enquanto buscam uma posição no mercado de trabalho.
Quando perguntado, Wang explica o porquê de sua rejeição ao trabalho integral em fábricas: “Não é o trabalho pesado que me assusta, mas sim a falta de status. Quanto mais ensino a pessoa tem, menos quer trabalhar nas fábricas”.

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