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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Conheça os mitos e as verdades sobre o Plasma Rico em Plaquetas



[Este novo procedimento tem sido visto como um grande aliado para o tratamento de  lesões musculoesqueléticas, mas de acordo com os estudiosos é necessário muita cautela na indicação  do PRP, devido a escassez de estudos sobre o assunto].

O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é um concentrado composto por produtos derivados do sangue, que contém substâncias responsáveis pela cicatrização e pelo crescimento celular. Os benefícios clínicos destes preparados foram relatados inicialmente nas cirurgias de bucomaxilofacial. E desde a década de 90, o concentrado de PRP tem sido utilizado como procedimento médico para tratar lesões musculoesqueléticas e ósseas. Entretanto, com o aumento do incentivo comercial das indústrias farmacêuticas, em especial na medicina do esporte, ocorreu uma popularização do uso desta terapia, de forma desorganizada e não padronizada. Rapidamente, o procedimento foi difundido para múltiplos usos, como se fosse a melhor alternativa para tratar todas as lesões, o que é um mito. Existem muitos métodos para obtenção de PRP, cada um com características específicas quanto à capacidade de concentração das plaquetas e ao processo de liberação de determinados fatores de crescimento: ingredientes responsáveis pela cicatrização e crescimento celular. Evidências na literatura mostram que o mecanismo de ação destes fatores não está totalmente esclarecido e mais estudos são necessários para avaliar as suas reais implicações. Estudos de alta qualidade metodológica também descrevem resultados contraditórios ou inconclusivos quanto à adoção deste tratamento, o que pode estar relacionado à ampla variação de técnicas para a obtenção do preparado. A falta de padronização para a obtenção do PRP é uma das maiores preocupações dos clínicos na hora de optar pelo procedimento, uma vez que o preparado pode não se enquadrar na concentração ideal para agir com eficiência sobre as lesões. É verdade que recentemente, o FDA (Food and Drug Administration), agência governamental que lida com o controle das indústrias alimentícias e de medicamentos nos Estados Unidos, aprovou vários métodos e centrífugas para a obtenção dos preparados de PRP; no entanto, o uso do PRP na prática clínica não está totalmente aprovado e torna-se de responsabilidade do médico aplicá-lo. Em 2008, o NICE (The National Institute of Health and Clinical Excellence), o núcleo de maior autoridade em saúde no serviço público de saúde do Reino Unido - NHS, declarou que há evidências insuficientes para permitir o uso do PRP na rotina clínica e que sua utilização deve ficar restrita apenas à pesquisa clínica. Assim, é um mito de que esta prática esteja suficientemente conhecida e aprovada pelos órgãos reguladores de práticas médicas e da indústria farmacêutica. Enquanto o uso do PRP permanece controverso, a única certeza que se tem é a de que é necessária a produção de novos estudos, que avaliem com precisão as indicações, os efeitos e as limitações deste tipo tratamento, para assegurar que seus efeitos deixem de ser mitos e se tornem verdades de fato.

Programa de Ortopedia do Einstein

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