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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os Perigos do Salto Alto


Aprenda a dosar o uso dos sapatos e sandálias de salto para evitar problemas crônicos nos pés, nos joelhos e na coluna

Não é de hoje que os saltos estão na moda. Na corte de Luís XIV, marco do absolutismo francês, o charme era calçar chamativos sapatos com saltos vermelhos. Por muito tempo, os calçados com salto foram privilégio da nobreza, e importante marca de status. O tempo passou, o calçado se sofisticou, ganhou novos modelos e os saltos foram ganhando outra função: sensualidade. Pode-se dizer que o apogeu veio nos anos 50, quando Roger Vivian desenhou o salto agulha para Christian Dior.
O resultado: bumbum empinado e seios para frente. Elegância e sensualidade combinadas.

Infelizmente, muitas vezes o uso freqüente do salto traz alguns problemas. Nem toda mulher que usa salto alto, porém, os terá. Mas muitas poderão sofrer dores nos pés, tendinites, joanetes e dores na região lombar. Não se trata de condenar ou defender o uso do salto alto. Ele é uma realidade dos nossos dias, um fator estético. A mulher se sente mais bonita quando usa salto alto numa festa. E muitas necessitam do seu uso por causa do trabalho.

Cada um dos pés possui 28 ossos, que formam várias articulações sustentadas por centenas de ligamentos e dezenas de músculos. Se a pessoa está descalça, o peso do corpo é distribuído por toda essa estrutura. Mas se calça sapatos com saltos, ela coloca praticamente todo o peso no antepé, nome dado à parte da frente do pé e aos dedos. Quanto mais alto o salto, maior o peso na região. Ao caminhar, aumenta ainda mais a pressão. Ao correr na ponta dos pés então, estas forças são multiplicadas várias vezes. A pressão é imensa.
Daí, surgirem dores nos pés ou doenças como o neuroma de Morton, inflamação dos nervos da planta do pé. A reação inflamatória é pior no sapato de bico fino. A compressão dos dedos favorece ainda mais o surgimento de problemas. Exemplo típico é o joanete, desvio angular do hállux (dedão), que, de tão comprimido, desvia sobre os outros.
Se por um lado a pressão é grande na ponta do pé, falta a mobilidade adequada da parte de trás da perna. Com o calcanhar nas alturas, o tendão de Aquiles fica encurtado. Habituado com a retração, pode surgir a tendinite. Os principais sintomas básicos são a dor e a dificuldade para andar descalça.
Os problemas não param nos pés. Podem comprometer até os joelhos que, por causa do salto,
são flexionados o tempo todo. Um caso habitual é a condromalácia patelar, dor nos joelhos causada
pelo desgaste articular provocado pela posição. Muitas vezes, os problemas também alcançam a
região lombar.
Ao alterar o centro da gravidade corporal, o salto também aumenta a lordose. O mesmo efeito que faz com que o salto empine o bumbum pode tornar-se gatilho de crises de problemas na coluna, caso extremo com o aparecimento das hérnias de disco.


Chopine
Curiosidade: os "chopines italianos"








a moda do séc.XVI e XVII

Fisioterapia com Você: a orientação é  evitar o salto alto, tratamos muitas lesões decorrentes das alterações causadas pelo uso inadequado do salto. Muitas vezes as lesões ocorrem após o verão onde o uso de rasteirinhas e chinelos forçam o alongamento da panturrilha que está muito tempo retraída. Recomendamos após o uso prolongado, alongamento, massagem, posição de drenagem para os MsIs, exercício físico, uso de sapatos com sola mais baixa e quadrada.
Atenção também deve ser dada às crianças e adolescentes, por estarem em processo de crescimento, podem desenvolver precocemente dores e  problemas posturais.

Fonte: IstoÉ-entrevista com  André Pedrinelli, cirurgião ortopedista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, e especialista em medicina esportiva



Veja também:

-Fisioterapia com Você: Reeducação Postural Global - R.P.G
-Fisioterapia com Você: O Tendão de Aquiles*

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