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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Estamos ficando mais carnívoros?

 

Editora Globo

Países como China e Índia, com grandes populações, estão consumindo cada vez mais carne - e isso pode gerar um problema ambiental

por Ana Freitas

 
 
Você certamente conhece muito mais vegetarianos hoje do que conhecia há 10 anos, o que te pode fazer pensar que talvez estejamos comendo menos carne no mundo.
 
A impressão não é de todo errada; em alguns lugares as pessoas realmente estão reduzindo o consumo de carne. Mas economias como a China e a Índia, que crescem rapidamente, estão puxando os níveis mundiais de consumo de carne pra cima e equilibrando a queda de consumo em outros lugares do planeta, de acordo com um trabalho publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
 
O consumo de gordura e de carne aumentou na média de 3% nos últimos 50 anos, de acordo com o estudo. E isso parece pouco, mas significa bastante na conta final. Em países emergentes, em que milhões de pessoas saíram de uma situação de pobreza, essa diferença foi maior.
 
O estudo também calcula o nível trófico da humanidade, isso é, a posição real de várias espécies na cadeia alimentar. É a primeira vez que isso é calculado cientificamente.
 
Na cadeia calculada pelos cientistas envolvidos no estudo, algas e plantas estão no nível mais baixo - porque produzem a própria comida. No nível seguinte, entre outros bichos, está o coelho, herbívoro. Raposas, que comem herbívoros, estão no próximo nível. Daí, vem o bacalhau, por exemplo, que come outros peixes, no nível 4. Ursos polares e orcas, que têm poucos ou nenhum predador, vêm em seguida.
 
Para Sylvain Bonhommeau, cientista chefe do estudo, o ser humano está no nível 2.21 da cadeia, mais perto dos herbívoros do que dos carnívoros - na verdade, próximo a onívoros como porcos e anchovas. Ou seja: não, não estamos no topo da cadeia alimentar.
 
Calcular o nível trófico do ser humano ajuda os cientistas a nos localizar no ecossistema e entender o impacto do consumo de energia da humanidade na cadeia alimentar.
 
 

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