Pesquisar este blog

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Colesterol alto em crianças

Colesterol alto em crianças


Problema afeta um número crescente de jovens, aumentando o risco de doenças cardiovasculares no futuro
 
Alimentação rica em gorduras saturadas e falta de atividade física são os principais fatores que têm feito crescer o número de crianças e jovens com colesterol alto (hipercolesterolemia). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o problema afeta, pelo menos, 20% da população entre 2 e 19 anos – com estudos chegando a apontar 30%. Uma pequena parte tem a alteração em função de herança genética (hipercolesterolemia familiar), mas na imensa maioria dos casos é um problema adquirido em razão do estilo de vida. Trata-se de uma legião de futuros adultos que estarão precocemente expostos a doenças cardiovasculares, como infarto, derrame e insuficiência cardíaca.
Uma vez ignorado ou negligenciado, o colesterol alto pode funcionar como uma bomba relógio que produzirá efeitos desastrosos. “Sem tratamento, nos casos de origem genética (hipercolesterolemia familiar ou HF), 25% dos homens aos 40 anos já terão sofrido enfarte ou morrido em decorrência de alguma dessas doenças cardiovasculares. Aos 50, o índice sobe para 50%”, informa o Dr. Raul Dias dos Santos, cardiologista do Centro de Medicina Preventiva do Einstein e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “As mulheres, que são mais protegidas pelos hormônios femininos, ficam mais vulneráveis após a menopausa. Estima-se que aos 50 anos 12% terão tido algum problema decorrente do colesterol alto não tratado”, acrescenta o médico.
Em crianças e adolescentes, já é considerado alto um nível de colesterol LDL (o chamado colesterol “ruim”) acima de 130 mg/dl. Isto, porém, causa preocupação maior quando atinge patamares acima de 190 mg/dl ou de 160 mg/dl quando associado a outros fatores de risco como tabagismo, pressão alta, diabetes e obesidade.
A hipercolesterolemia adquirida, isto é, relacionada a um estilo de vida inadequado, pode ser revertida, na maioria das vezes, com a mudança de hábitos alimentares e prática de atividade física. Os quadros mais graves, porém, costumam ser os de origem genética, a hipercolesterolemia familiar, que afeta 1 em cada 500 crianças e é mais comum em grupos nos quais os casamentos consanguíneos são frequentes. Ela expõe os indivíduos a níveis de colesterol bem mais altos e desde o nascimento. Mesmo regrado por hábitos saudáveis, o organismo dessa pessoa está propenso a produzir e acumular mais colesterol.
 

Dosando o colesterol

Na Diretriz de Prevenção da Ateroesclerose na Infância e Adolescência, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda-se dosar o colesterol a partir dos 10 anos. O documento, porém, ainda é pouco conhecido entre os pediatras. Em pesquisa realizada pelo Instituto do Coração (InCor) com um grupo de 370 pediatras da cidade de São Paulo, 65,7% afirmaram não ter tido conhecimento prévio da diretriz.
 
O procedimento diagnóstico é bastante simples: basta um furo no dedo para fazer a coleta de sangue para o exame do colesterol total. “Se houver alguma alteração, será feito o teste completo do colesterol; se estiver normal, será preciso repetir o exame apenas depois de cinco anos”, diz o Dr. Antonio Gabriele Laurinavicius, cardiologista do Einstein. “No entanto, se houver no histórico familiar pessoas com problemas de colesterol alto ou com doenças cardiovasculares em idade jovem, a dosagem deve ser iniciada antes, aos dois anos de idade”, completa ele. Também merecem especial atenção as crianças obesas. Apesar de obesidade não ser sinônimo de colesterol alto, muitas vezes esses dois fatores estão associados.
Uma vez detectado o problema, o tratamento dependerá do nível do nível de alteração do colesterol, da presença de outros fatores de risco e da história familiar. Nos casos mais graves, os médicos podem recorrer a medicamentos como as estatinas, que podem ser ministradas a partir dos 10 anos de idade. Mas seja qual for o caso, diagnóstico e tratamento precoces do colesterol alto são fundamentais para evitar doenças mais graves na vida adulta. Por isso, é imprescindível que as famílias se conscientizem: é desde a infância que o colesterol precisa ser controlado.
 
Alimente-se bem e viva longe do colesterol!
 

Assista esse vídeo bem informativo sobre o colesterol:

Nenhum comentário: