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sexta-feira, 14 de março de 2014

Para manter a memória viva

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Cada folha das 10 pastas cuidadosamente organizadas representa mais um dia na vida de Nelly, 99 anos. Diariamente, ela lê Zero Hora e recorta o que mais lhe chama a atenção.
Percebendo o interesse de Nelly, que mora no Residencial Geriátrico Convivência há mais de três anos, a terapeuta ocupacional Isabel Colvara viu a chance de utilizar o jornal para auxiliar no tratamento.
– O jornal é um recurso terapêutico muito rico. Ajuda na memória e na organização do tempo. Assim, ela não fala apenas de assuntos do passado, como acontece com muitos idosos, mas também do presente e do futuro – explica Isabel.
 
A dedicação tem dado resultado. Nelly fala com desenvoltura sobre as mudanças no socialismo e está por dentro de tudo o que acontece na Ucrânia. Semanalmente, aos sábados, tem aulas particulares de História, em que leva recortes de ZH para suscitar discussões com a professora. Atualmente, dedica-se a estudar, entre outros temas, o papel da mulher gaúcha ao longo dos anos. Segundo Isabel, as aulas de História ampliaram o olhar de Nelly sobre Zero Hora.
 
 
Leitora assídua
 
Entre os conteúdos que mais gosta estão a Página do Leitor, as de Política e as matérias envolvendo animais e flores. Lê Paulo Sant’Ana, David Coimbra, Fabrício Carpinejar, Martha Medeiros, Luis Fernando Verissimo, Celia Ribeiro, entre outros colunistas. O Almanaque Gaúcho é uma das seções preferidas. Na última quarta-feira, no Chá das Amigas, promovido semanalmente no residencial, apresentou a história da rainha de um baile que recebeu uma mordida na barriga por ter um vestido provocativo demais para a época, publicada na seção.
 
Está prevista para o final deste mês a inauguração de um espaço para leitura no residencial, onde os demais moradores poderão consultar as pastas organizadas por Nelly, separadas por tema.
Viúva há 25 anos, tem duas filhas, uma neta e uma bisneta. Lembra com carinho de sua infância na Rua Gaspar Martins e dos 11 anos que estudou no Colégio Americano, onde aprendeu inglês e frequentava aulas de ginástica. Nas melhores lembranças, estão os Bailes da Primavera.
 
Nelly já aguarda seu aniversário de cem anos, em outubro:
 
– Adoro viver.
 
 
Fonte: Zero Hora
 

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