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sábado, 9 de julho de 2011

LER e DORT parte 1

A LER e DORT são as siglas para Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho, sendo doenças caracterizadas pelo desgaste de estruturas do sistema músculo-esquelético que atingem várias categorias profissionais.
Diferentemente do que ocorre com doenças não ocupacionais, as doenças relacionadas ao trabalho têm implicações legais que atingem a vida dos pacientes. O seu reconhecimento é regido por normas e legislações específicas a fim de garantir a saúde e os direitos do trabalhador.

Sintomas da LER- DORT

Geralmente os sintomas são de evolução insidiosa até serem claramente percebidos. Com freqüência, são desencadeados ou agravados após períodos de maior quantidade de trabalho ou jornadas prolongadas e em geral, o trabalhador busca formas de manter o desenvolvimento de seu trabalho, mesmo que à custa de dor. A diminuição da capacidade física passa a ser percebida no trabalho e fora dele, nas atividades cotidianas.
As queixas mais comuns do portador de LER - DORT são:
  • Dor localizada, irradiada ou generalizada,
  • Desconforto,
  • Fadiga,
  • Sensação de peso,
  • Formigamento,
  • Dormência,
  • Sensação de diminuição de força,
  • Inchaço,
  • Enrijecimento muscular,
  • Choques nos membros e
  • Falta de firmeza nas mãos.
Nos casos mais crônicos e graves, pode ocorrer:
  • Sudorese excessiva nas mãos e
  • Alodínea (sensação de dor como resposta a estímulos não nocivos em pele normal).

    Causas da LER – DORT

    A LER ou DORT são as manifestações de lesões decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema músculo-esquelético, e da falta de tempo para recuperação. Lesões neuro-ortopédicas como as tendinites, sinovites, compressões de nervos periféricos podem ser identificadas ou não.
    Os fatores de risco não são necessariamente as causas diretas das LER - DORT, mas podem gerar respostas que produzem as LER – DORT. Os fatores de risco não são independentes, interagem entre si e devem ser sempre analisados de forma integrada. Envolvem aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e de organização do trabalho.
    Os fatores incluem:
  •  Posto de trabalho que force o trabalhador a adotar posturas, a suportar certas cargas e a se comportar de forma a causar ou agravar afecções músculo-esqueléticas.
  • Exposição a vibrações de corpo inteiro, ou do membro superior, podem causar efeitos vasculares, musculares e neurológicos.
  • Exposição ao frio pode ter efeito direto sobre o tecido exposto e indireto pelo uso de equipamentos de proteção individual contra baixas temperaturas (ex. luvas).
  • Exposição a ruído elevado, entre outros efeitos pode produzir mudanças de comportamento.
  • Pressão mecânica localizada provocada pelo contato físico de cantos retos ou pontiagudos de objetos, ferramentas e móveis com tecidos moles de segmentos anatômicos e trajetos nervosos provocando compressões de estruturas moles do sistema músculo-esquelético.
  • Posturas. As posturas que podem causar LER-DORT possuem três características que podem estar presentes simultaneamente:
    • - Posturas extremas que podem forçar os limites da amplitude das articulações.
      - Força da gravidade impondo aumento de carga sobre os músculos e outros tecidos.
              - Posturas que modificam a geometria músculo-esquelética e podem gerar estresse sobre  tendões, músculos e outros tecidos e/ou reduzir a tolerância dos tecidos.
                    - Carga mecânica músculo-esquelética.

Entre os fatores que influenciam a carga músculo-esquelética, encontramos: a força, a repetitividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a postura e o método de trabalho. A carga músculo-esquelética pode ser entendida como a carga mecânica exercida sobre seus tecidos e inclui:
               Tensão (ex.: tensão do bíceps);Pressão (ex.: pressão sobre o canal do carpo);Fricção (ex.: fricção de um tendão sobre a sua bainha);Irritação (ex.: irritação de um nervo).    

Diagnóstico da LER – DORT

Para realizar o diagnóstico da LER – DORT, o médico busca dados por meio da história clínica, levando em consideração as atividades realizadas pela pessoa tanto no trabalho, quanto no lazer. Em seguida realiza um exame físico geral, dedicando especial atenção aos locais afetados.
Exames complementares podem ser solicitados para esclarecer o diagnóstico, incluindo:
  • Radiografias,
  • Ecografias,
  • Eletroneuromiografia,
  • Ressonância magnética,
  • Exames laboratoriais para condições reumáticas, dentre outros.

Veja também:


Fisioterapia com Você: LER e DORT parte 2
Fisioterapia com Você: O Tendão de Aquiles*

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