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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lesão tira Guga das quadras para sempre



No último dia 15 de janeiro, o tenista catarinense Gustavo Kuerten anunciou sua aposentadoria 11 anos após sua primeira grande conquista em Roland Garros. Não que a notícia tenha surpreendido a todos — afinal, há cinco anos Guga lutava com a constante dor no quadril — mas, a oficialização de sua despedida, sensibilizou aos que conhecem a importância do ídolo para o esporte nacional e mundial. Abandonar a raquete não significou apenas largar o ofício, mas sim abandonar uma paixão.


O início das dores
Após um início de ano repleto de conquistas – em 2001 vieram os títulos em Buenos Aires, Acapulco, Stuttgart, Masters Series de Monte Carlo e Cincinnati, além do tri em Roland Garros – a lesão no quadril direito de Guga começou a dar os primeiros sinais.
O final da temporada não foi das melhores para o então número um do mundo. Depois do Aberto dos Estados Unidos, em setembro, Guga amargou uma série de derrotas e deixou o primeiro lugar do ranking no encerramento do ano. Os maus resultados incomodaram tanto o tenista quanto as dores.

Guga passa a sentir mais dores e desconforto após o Aberto dos Estados Unidos e acumula seguidas derrotas. O tenista anuncia que vai tratar um problema na virilha. Mais tarde, um exame revela uma lesão no quadril direito de Guga.

A região lesionada é o labrum acetabular, cartilagem localizada na junção entre o fêmur e a bacia. Em Guga, a área apresenta fissuras, que podem ter sido causadas por algum movimento feito de forma errada. Quando o quadril é submetido a esforço, o tenista sente dores e sensação de desequilíbrio

Primeira Cirurgia

Em 26 de fevereiro de 2002, Guga passa pela primeira cirurgia no quadril, realizada pelo Dr. Thomas Byrd no Baptist Hospital de Nashville, no Tennessee, Estados Unidos.

Procedimento - Com o resultado de uma ressonância magnética em mãos, Byrd constata as fissuras no labrum acetabular do quadril de Guga. Em alguns pontos, a cartilagem chega a ficar pendurada. Confirmado o problema, Byrd passa para a segunda etapa, a reparação. O cirurgião remove as partes da cartilagem que estão lesionadas.

Retorno - Guga retorna às quadras em 29 de abril de 2002, pouco mais de dois meses depois da cirurgia. Faz boas campanhas e conquista quatro títulos de ATP Tours até setembro de 2004, quando passa por nova cirurgia



Segunda Cirurgia

Guga volta à mesa de cirurgia em 21 de setembro de 2004. A nova operação é realizada pelo Dr. Marc Philippon, em Pittsburgh, Estados Unidos. Philippon é especialista no tipo de lesão que Guga possui.

Procedimento - Por meio de uma artroscopia, Philippon percebe esporões ósseos na cabeça do fêmur e no acetábulo do quadril de Guga. A presença dos esporões - pequenas deformações nos ossos - causa dor e bloqueia o movimento do quadril, além de danificar o labrum acetabular. Philippon retira os esporões ósseos que incomodam Guga e também tensiona a cápsula anterior do quadril, estrutura responsável pela estabilidade da articulação.

Resultado - Guga retorna às quadras quase sete meses depois da cirurgia, em abril de 2005. Durante todo o ano não consegue passar da segunda rodada em nenhum torneio de simples. Em 2006 e 2007, joga 14 partidas e acumula dez derrotas.

Outros casos

Magnus Norman
- Norman, conhecido pela velocidade para chegar às bolas, teve o mesmo problema de Guga, mas nos dois lados do quadril. Foi operado três vezes, mas não voltou a jogar no mesmo nível. Maior rival de Gustavo Kuerten na temporada de 2000 e ex-número 1 do mundo, Norman anunciou a aposentadoria no final de 2004, depois de ficar sem jogar durante todo o ano.
Harel Levy - Levy operou o quadril no final da temporada de 2001, também com o Dr. Thomas Byrd, em Nashville, Estados Unidos. Retornou ao circuito, mas não recuperou o 30º lugar no ranking, sua melhor colocação, obtida em 2000. Atualmente disputa torneios menores em simples, como challengers e futures. O maior foco está nas duplas, modalidade em que chegou ao melhor ranking da carreira em julho de 2007, a 76ª posição.

A despedida

Guga deixou o tênis com 20 títulos ATPs na carreira e outros feitos inéditos: foi o primeiro tenista após o mito sueco Bjorn Borg a faturar Roland Garros três vezes (e juntando-se ao grupo de tricampeões que até então contava apenas com o tcheco Ivan Lendl e Mats Wilander) e o único a se sagrar campeão de um torneio ao vencer em dias seguidos os norte-americanos Sampras e Andre Agassi (na Masters Cup de Lisboa-2000).

Além disso, Gustavo Kuerten continua como o terceiro tenista com menor ranking a faturar um título de Grand Slam: em 1997, quando surpreendeu o mundo com a taça do Aberto da França, o brasileiro magricela de 20 anos aparecia na 66ª colocação da lista.

Os únicos que aparecem à frente de Guga na estatísticas são o australiano Mark Edmondson, campeão do Aberto da Austrália-1976 quando figurava em 212º do mundo, e o croata Goran Ivanisevic, vencedor de Wimbledon-2001 quando era 125º.




Fonte: clicrbs.com.br

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