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terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Síndrome do Piriforme

Dor glútea profunda, irradiada pela coxa
 
 
A síndrome de piriforme, uma “ciática” causada pela compressão do nervo isquiático [ou nervo ciático] pelo músculo piriforme, ainda que descrita por mais de 70 anos, tem várias controvérsias associadas e poucas evidências que sequer comprovem sua existência (Hoayan et al Euro J Spine 2010). A literatura atual consiste primariamente em estudos de casos ou interpretações com base na anatomia.
Um revisão sistemática da literatura foi feita incluindo 55 estudos (Hoayan et al Euro J Spine 2010). Os achados mais frequentes foram dor próximo ao trocânter, dor á palpação próximo a saida no n. isquiático, agravo da dor ao sentar e agravo com manobras que colocam tensão no músculo piriforme.
Ainda que nenhum dos estudos tenha apresentado provas imaginológicas ou clínicas contundentes de boa validade ou confiabilidade para um diagóstico definitivo desta síndrome, o volume de casos e os sintomas típicos e reconhecidos por vários clínicos tendem a apoiar a existência da condição. O diagnóstico diferencial parece ser crucial para sua confirmação já que a compressão do n. isquiático ou suas raízes é geralmente provocada por alterações lombares. Se estas não são encontradas isso tende a direcionar o clínico para a “síndrome do piriforme”.
Assim com o diagnóstico é obscuro o tratamento também é. Não há boas evidências para o tratamento cirúrgico (Hoayan et al Euro J Spine 2010), e as evidências são pobres também para o tratamento conservador (Cramp et al Phys Ther Rev 2007).
Os clínicos, principalmente fisioterapeutas, não devem se inibir por falta de evidências em relação a esta condição. A mesma é clinicamente reconhecida por diversos clínicos e considerando que não há alterações estruturais ou anátomo-patológicas identificáveis, o tratamento conservador ainda parece ser a melhor opção.
 
 
 
 
 
A síndrome do piriforme também é conhecida popularmente por um nome curioso: “síndrome do bumbum sarado”, por ser encontrada com relativa freqüência em mulheres que fazem exercícios exagerados para hipertrofia dos glúteos.
Cientificamente falando, ela faz parte de um grupo de alterações chamado “Dor glútea profunda”, que engloba várias etiologias para o mesmo sintoma, que no caso, é a dor na região glútea irradiada pela face posterior da coxa.
A dor inicia-se devido a irritação direta ao nervo ciático, já fora da coluna, causada por fatores funcionais ou anatômicos.
 
O que causa a síndrome?
 
Entre os fatores associados ao surgimento da síndrome encontramos: hábito de ficar muito tempo sentado, exercícios exagerados para glúteos, variações anatômicas nas quais o nervo ciático passa pelo ventre do músculo piriforme, presença de aderências locais ou bandas fibrosas que restringem o livre movimento do nervo. Também pode surgir após um trauma na região glútea. Freqüentemente está presente desequilíbrio muscular na região.
 
 
 

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