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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Einstein inaugura Centro de Tratamento e oferece nova técnica contra o Parkinson

Einstein inaugura Centro de Tratamento e oferece nova técnica contra o Parkinson

Terapia de Estimulação Cerebral Profunda minimiza imediatamente tremores, rigidez e movimentos involuntários
 
Em parceria com a Cleveland Clinic, o Einstein começará a realizar uma cirurgia que reduz os principais sintomas da doença de Parkinson: tremores, rigidez e lentidão dos movimentos. A terapia de Estimulação Cerebral Profunda, ou Deep Brain Stimulation (DBS) em inglês, é usada em conjunto com algumas medicações e pode ser considerada efetiva, ajustável e reversível.
O gerente de práticas médicas do Einstein, Porter Kevin Jones, destaca a importância da consultoria da Cleveland Clinic, orientada pelo dr. André Machado, para o Einstein: “Somente centros de excelência realizam esse tipo de cirurgia. A ideia é que a parceria entre a universidade estrangeira e membros do corpo clínico do Einstein, com formação e inserção internacional, garanta aos pacientes um padrão de excelência no atendimento em um contexto multidisciplinar.”
"Durante a cirurgia são implantados, primeiramente, dois eletródios em áreas profundas do cérebro, que serão estimuladas por um gerador de pulsos colocado sob a pele na região da clavícula”, afirma o neurologista André Felicio. “Os impulsos elétricos são enviados do gerador até o cérebro, modulando a atividade de estruturas nervosas responsáveis pelos sintomas da doença.”
A localização da área do cérebro onde os eletródios serão implantados é definida por um sistema de coordenadas tridimensionais, que possibilita uma precisão milimétrica, segundo o neurocirurgião Guilherme Lepski. “Na primeira parte do procedimento, o cirurgião registra a atividade elétrica cerebral e depois realiza testes clínicos para determinar se a estimulação elimina os sintomas motores da doença e se causa efeitos colaterais.”


Eletródios - Implantados dentro do cérebro, eles entregam as estimulações para áreas alvo. - Neuroestimulador - Gera e envia impulsos elétricos para partes específicas do cérebro. Os geradores devem ser trocados de 5 a 10 anos de uso. Os parâmetros da estimulação podem ser ajustados pelo médico.

Os ajustes dos parâmetros da corrente elétrica são realizados pelo médico por meio de um controle remoto – ajustado por radiofrequência. O paciente também consegue fazer alguns ajustes, mínimos, dentro de um padrão estabelecido pelo médico.
De acordo com a neurologista Gisele Sampaio Silva é muito importante reconhecer o tipo de paciente que será beneficiado pela nova técnica. “O paciente com melhores chances de resposta ao tratamento deve apresentar a forma típica de Parkinson, não possuir demência, depressão, sintomas psicóticos e nem ter condições clínicas descompensadas.”
“Pacientes com doença muito avançada e com grau de comprometimento cognitivo importante não são candidatos à cirurgia, pois a nova terapia é pouco efetiva nesses casos devido ao comprometimento de vários sistemas do cérebro”, explica o professor Lepski.

Principais benefícios

  • Melhora a qualidade de vida dos pacientes com Parkinson;
  • Minimiza o impacto dos sintomas da doença;
  • Diminui a medicação;
  • Aumenta o tempo do efeito dos medicamentos;
  • Melhora os principais sintomas: tremores, rigidez e o excesso de movimentos involuntários (discinesias).
“No início, a doença de Parkinson caracteriza-se predominantemente por sintomas motores. A terapia de Estimulação Cerebral Profunda libera os movimentos e restaura o padrão de motricidade normal em um doente que tipicamente tem sua cognição preservada, é socialmente ativo, tem a memória e concentração, mas não consegue se locomover”, diz o prof. Lepski.

Riscos

  • AVC hemorrágico (rompimento de artéria cerebral);
  • Infecções da ferida operatória;
  • Alterações psiquiátricas;
  • Meningites.
“A estimulação também pode causar alguns efeitos como contrações musculares, formigamento e dormência, porém eles são transitórios, uma vez que os parâmetros de estímulo podem ser ajustados para minimizar os efeitos colaterais e atingir o controle máximo dos sintomas”, conta o dr. Felicio.


Fontes:
Profa. dra. Gisele Sampaio Silva, neurologista, Gerente Médica do Programa Integrado de Neurologia do Einstein, residência e doutorado pela UNIFESP, especialização pela Universidade de Harvard
Dr. André Felicio, neurologista do Einstein, residência e doutorado pela UNIFESP, ex-fellow pela British Columbia University, Canadá
Prof. dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião do Einstein, doutor pela USP e pela Universidade de Freiburg, professor de neurocirurgia pela USP e pela Universidade de Tübingen, Alemanha
Porter Jones, gerente de práticas médicas do Hospital Albert Einstein
 
 

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