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sábado, 11 de agosto de 2012

40º Festival de Cinema de Gramado


 A Orquestra Sinfônica de Gramado foi a grande atração da cerimônia de abertura oficial do 40º Festival de Cinema de Gramado que acontece entre os dias 10 e 18 de agosto. Autoridades, convidados e visitantes acompanharam a apresentação da Orquestra que, sob regência do maestro Bernardo Grings, executou as trilhas dos filmes A Conquista do Paraíso e Piratas do Caribe, além da clássica Por Una Cabeza, de Carlos Gardel. A atriz Eva Wilma, homenageada do Festival com o Troféu Cidade de Gramado, fez questão de assistir a apresentação.



Em quatro décadas, o Festival de Cinema de gramado – o segundo mais antigo do Brasil – foi palco de momentos significativos para a história e afirmação da arte cinematográfica no país. Gramado passou a fazer parte do cenário do cinema nacional em janeiro de 1973, quando o Festival Brasileiro de Gramado foi oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema. A primeira edição surgiu da união da Prefeitura Municipal de Gramado com a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Embrafilme, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e Educação e Cultura do Estado.

O primeiro Festival do Cinema Brasileiro de Gramado aconteceu de 10 a 14 de janeiro de 1973. A disputa pelo Kikito, o “Deus da Alegria”, cuja estatueta foi criada por Elizabeth Rosenfeld, grande incentivadora do artesanato gramadense, passou a animar debates, criar polêmicas e transformar a criação cinematográfica nacional no único assunto de artistas, realizadores, estudiosos de cinema, imprensa e público em geral.

Na primeira edição, foram distribuídos apenas cinco Kikitos. O prêmio de melhor filme foi para “Toda Nudez Será Castigada”, de Arnaldo Jabor, enquanto Carlos Kroeber foi eleito o melhor ator por “A Casa Assassinada”, e Darlene Glória foi consagrada como melhor atriz por “Toda Nudez Será Castigada”. Os prêmios especiais ficaram com Antônio Carlos Jobim, pela música de “A Casa Assassinada”, e André Faria, pela fotografia de “Roleta Russa”. As primeiras edições do Festival, realizadas no verão, foram marcadas por sensacionalismo, nudez e a crise de estrelas que buscavam fama e reconhecimento na serra gaúcha.
Com a chegada dos anos 80 e o aprimoramento das discussões sobre arte e cultura nos espaços do Festival, o evento conquistou o título de um dos maiores dentro do gênero no País. Mais do que isso, sedimentou-se como um espaço indispensável para divulgação, discussão, crítica e incentivo à criação cinematográfica nacional. Além de aproximar o cinema brasileiro e a imprensa do país, também aproximou-os do cinema latino-americano promovendo mostras fora de concurso e mostras informativas que traziam títulos da Argentina, Peru, México, Venezuela, Colômbia e Cuba.
No início dos anos 90, com a posse do governo de Fernando Collor, o Brasil presenciou um processo de quase extinção da cinematografia nacional. O Festival de Gramado, para sobreviver, tornou-se, então, internacional. Por isso a vigésima edição já foi de cinema ibero-americano. Realizado entre 15 e 22 de agosto de 1992, teve filmes da Venezuela, Peru, México, Portugal, Brasil, Argentina, Chile, Espanha, Cuba e Colômbia (vencedor do Kikito de melhor filme com “Técnicas de Duelo”, de Sergio Cabrera. Participaram igualmente da vigésima edição curtas-metragens brasileiros em 35 e 16mm. A repercussão foi ótima, coincidindo com a criação do Mercosul e a busca de uma aproximação mais eficiente do Brasil com os “hermanos” latinos.

A nova fórmula do Festival de Gramado, inédita no Brasil, foi aprovada dando novo significado ao evento, agora com sua data fixada sempre na primeira quinzena de agosto. O Festival começou no verão, mas Gramado tem o seu ápice turístico nos meses frios. Assim, o Festival tornou-se uma atração a mais no inverno do Rio Grande do Sul, o mais “europeu” dos estados brasileiros graças ao grande fluxo de imigrantes alemães e italianos que marcaram, desde o século passado, a cultura e os costumes da região.

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