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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Câncer corre risco de virar epidemia na América Latina

Editora Globo


Durante a conferência LACOG 2013, da Lancet Oncology Comission, em São Paulo, foi apresentado um relatório montado por oncologistas sobre a ocorrência do câncer na América Latina, que já atinge níveis epidêmicos. Os números, segundo os especialistas, devem aumentar nas próximas décadas: mais pessoas terão mais de 60 anos e a doença aparece mais frequentemente em idosos.
Ao mesmo tempo, para controlar a situação futura, todo o sistema de prevenção e tratamento de câncer do continente precisa passar por mudanças. Um indicativo disso foi apresentado pelo oncologista da Harvard Medical School, Paul Gross: nos EUA, há um maior número de diagnósticos de câncer. Mas na América do Sul, a taxa de mortalidade é 60% maior, mesmo com um menor número de doentes. Um dos motivos é a dificuldade em se obter um diagnóstico nos estágios iniciais do câncer.
Outra diferença é a verba gasta pelo governo no tratamento de cada doente. Nos EUA e no Japão, por exemplo, uma média de 500 dólares é gasto por paciente. Na América Latina, o valor cai para 8 dólares. O dinheiro gasto mundialmente em tratamento contra o câncer contabiliza 286 bilhões de dólares anuais e apenas 6,2% dessa verba é gasta em países em desenvolvimento – mesmo que o total de novos diagnósticos seja maior neles.
 
Editora Globo
Por hábitos culturais que incluem o tabaco e pela dificuldade de acesso a cuidados médicos, povos indígenas, que contabilizam 10% da população da América do Sul, são uma das maiores preocupações do relatório montado por oncologistas
 
O cenário pode parecer difícil de imaginar para quem vive em uma grande metrópole, mas o relatório leva em consideração populações rurais e indígenas, que teriam mais dificuldade em ter contato com instituições de saúde. Um dos dados levantados no Brasil mostra que enquanto no Sudeste há 210 médicos para cada 100 mil pessoas, o número cai para 60 em se tratando da Região Norte. A proposta é que pólos dessas regiões carentes sejam identificados e que médicos recebam incentivos acadêmicos para atuar nessas áreas.
Outra ideia é o investimento na prevenção do câncer, não apenas em seu diagnóstico e tratamento. Entre os fatores de risco a serem evitados estão a obesidade – estima-se que em 2030, 50% dos homens e 60% das mulheres da América do Sul serão obesos – , o uso de tabaco (que, por questões culturais, também é frequente na população indígena e rural da América do Sul) e fatores ambientais, como exposição à fumaça.
 
 
 

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