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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cidade da Califórnia - Loma Linda - e a guerra contra o "fast food"



Mais que a defesa de hábitos locais, a luta Loma Linda versus McDonald’s é símbolo da defesa de futuro saudável.

A batalha foi árdua e durou cinco horas. De um lado, moradores de Loma Linda, Califórnia, Estados Unidos. Do outro, prefeito e vereadores da cidade. Questão: deve-se permitir a instalação de um restaurante McDonald’s na cidade?
Em qualquer outra parte a questão não provocaria qualquer dúvida. Mas Loma Linda é diferente. Considerada uma das poucas regiões do mundo onde grande porcentagem da população chega aos cem anos saudável e ativa, Loma Linda é uma das três Zonas Azuis, regiões caracterizadas pela longa vida de seus habitantes. As outras duas ficam na Sardenha, Itália e Okinawa, Japão.

Zonas Azuis
Loma Linda conquistou o status de única Zona Azul americana devido a maciça presença dos Adventistas do Sétimo Dia, que promovem estilo de vida saudável no qual dieta vegetariana, exercícios, ausência de álcool e cigarro e forte vínculo espiritual são parte integrante.
Segundo o médico brasileiro Hildemar Feliciano dos Santos, professor na Universidade Adventista local, essa Zona Azul americana cresce em importância pelo fato de as demais zonas localizadas na Itália e Japão estarem ameaçadas pelos modernos hábitos de alimentação, disseminados de modo agressivo pelos restaurantes fast foods. “Os descendentes daqueles longevos nestas Blue Zones já não seguem o regime de seus antepassados e provavelmente não vão viver longos anos como viveram seus pais e avos”, informa o médico.
Médicos, nutricionistas e outros profissionais de saúde, munidos de evidências científicas criaram na cidade o Movimento de Saúde de Loma Linda e lutaram bravamente para impedir a instalação do restaurante fast food, relata o médico.

Repercussão
O interesse econômico falou mais alto e o pequeno exército de brancaleone vegetariano foi vencido com o duvidoso argumento de que o projeto já estava por demais avançado para qualquer recuo na programação. A batalha durou sete horas e só acabou à meia-noite do dia 13 de dezembro de 2011.
O embate teve repercussão nacional. “Muitas reportagens estão sendo feitas sobre a injusta derrota”, lamenta o médico que participou da luta até o último momento. “Jornais como o Los Angeles Times e o New York Times estiveram entrevistando os membros do movimento de Loma Linda e simpatizando com a causa”, relata o profissional brasileiro que promete continuar promovendo o movimento de saúde de Loma Linda entre seus habitantes.
Entre o pesado arsenal de munições utilizadas pelos defensores da saúde, um argumento fornecido por levantamento local: estatísticas mostram que num raio de seis quilômetros a partir de um restaurante tipo fast food a prevalência de obesidade infantil aumenta 5% ou mais.

Reações
Assustadas com o gigantesco número de crianças obesas que aumenta cada ano – 30% delas sofrem com essa doença atualmente -, e projeções que indicam 2020 como o ano em que todos os americanos estarão com excesso de peso, outras cidades começam a tomar atitudes. São Francisco está lutando contra o McDonald’s pelo costume de dar brinquedinhos para crianças que compram seus ‘alimentos’ e a universidade de Vanderbilt fechou no mês passado – janeiro, 2012 – o McDonald’s que funcionava nas dependências de seu centro médico.
O correspondente de Vida Integral conclui lembrando que “há uma epidemia de enfermidades modernas como diabetes, excesso de colesterol, obesidade, pressão alta, doenças cardíacas e derrames cerebrais que estão relacionadas diretamente com o tipo de alimentação”.

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