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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Obesidade e a dificuldade em se perder peso




A resposta para a cura da obesidade é óbvia: coma menos e se exercite mais. Contudo, anos de insistência nesses mandamentos não foram o suficiente para convencer a maior parte dos afetados a fazer isso. Em particular, é muito mais difícil queimar a gordura acumulada do que evitar ingeri-la.
Estranhamente, porém, um modelo matemático conveniente, que descreve este fato, ainda está para ser amplamente adotado. Mas um estudo publicado no Lancet dessa semana por Kevin Hall, do National Institutes of Health (NIH), e seus parceiros pretende mudar isso.
A regra convencional de emagrecimento, endossada tanto pelo NIH quando pelo National Health Service, conta com o benefício da simplicidade: corte 500 calorias por dia e perca meio quilo por semana. A maioria dos especialistas, porém, acredita que essa regra é por demais grosseira, pois ignora as mudanças do metabolismo à medida que os quilos se acumulam. O modelo do Dr. Hall tenta fazer isso. Ele também leva em conta características que mudam de pessoa para pessoa. Gordura e músculos, por exemplo, respondem diferentemente a mudanças dietéticas, então o mesmo consumo terá certo efeito numa pessoa rechonchuda e outro numa outra musculosa. O resultado é uma avaliação mais realista do que é necessário para ficar magro.
Ganhar peso é fácil. Um desequilíbrio surpreendentemente baixo, somente 10 calorias a mais por dia fez com que a média de peso dos Estados Unidos aumentasse em 9 quilos ao longo dos últimos 30 anos. A razão que torna a reversão desses ganhos tão difícil é que servir a essa carne extra significa que a dieta de manutenção (a comida necessária para manter o corpo funcionando) aumenta em conjunção a seu peso – e o mesmo acontece com o apetite.
Este aumento de 9 quilos implica em uma dieta diária com 220 calorias a mais do que há três décadas. Voltar à média do passado significa reverter cada uma dessas 220 calorias. Medidas paliativas resultarão num novo equilíbrio, mas ainda assim em um que ainda é muito pesado.
Teoricamente, as pessoas mais pesadas poderiam fazer os cortes necessários em fases — reduzindo a ingestão diária aos poucos à medida que peso fosse sendo perdido. Na prática, isso iria requerer uma vontade de ferro, e as poucas pessoas que têm essa força de vontade raramente tornam-se gordas para início de conversa. Não é fácil num mundo onde o imperativo econômico diz que todo apetite deve ser satisfeito, mas talvez um pouco mais urgente agora que Dr. Hall transformou essas informações em números.
Texto traduzido e adaptado pelo Opinião&Notícia

Fonte: Opinião & Notícia

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