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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Dor Miofascial




Conceito: A síndrome dolorosa miofascial é definida como uma disfunção neuromuscular regional que tem como característica a presença de regiões sensíveis em bandas musculares contraturadas e/ou tensas que produzem dor referida em áreas distantes ou adjacentes. Esta dor miofascial pode se originar em um único músculo ou pode envolver vários músculos, gerando padrões complexos e variáveis de dor.
 
Etiologia: Vários fatores são precipitantes: traumas (macro e micro traumas), infecção ou inflamação devido a uma patologia de base, alterações biomecânicas apendiculares (discrepância de membros, aumento acentuado dos seios) e axiais posturais, distensões crônicas, esfriamento de músculos fatigados, miosite aguda, isquemia visceral. Outras causas incluem: lesões localizadas de músculos, ligamentos, cápsulas articulares, doenças viscerais, desequilíbrios endócrinos, exposição prolongada ao frio, deficiência de vitaminas C, complexo B, estrógeno, K+ e Ca+ , anemia, baixa taxa metabólica, hipotireoidismo, creatinúria, estress emocional, tensão fadiga, inflamação, deficiência muscular. Estes fatores não corrigidos, podem perpetuar a dor miofascial.
 
Componentes da Sindrome Miofascial: A síndrome miofascial tem componentes essenciais: ponto-gatilho, espasmo muscular segmentar, dor referida e o envolvimento de partes moles.
 
SIMONS (1990) apud MUSSE (1995) estabeleceu cinco componentes que podem ser usados como critério diagnóstico:
 
1. Queixa de dor regional;
2. Queixa dolorosa ou alteração sensorial na distribuição de dor referida esperada;
3. Banda muscular tensa palpável;
4. Ponto dolorido na banda muscular;
5. Restrição de alguns graus de amplitude de movimento (ADM),
 
 
Há três critérios menores:

1. Reprodução de queixa durante pressão no ponto
2. Contração durante inserção de agulha ou palpação transversal do ponto na banda
3. Alívio da dor pelo estiramento do músculo.
 
 
Pontos-gatilho: As zonas de pontos-gatilhos foram primeiramente descritas em 1936 com a reprodução de dor referida para ombro e braço por pressão na área superior da escápula. Travel relata estudos sobre estes pontos desde 1942.
O ponto gatilho é um lugar irritável, localizado em uma estrutura de tecido mole, mais frequentemente no músculo, caracterizado por baixa resistência e pela alta sensibilidade em relação a outras áreas. Quando se estimula esse ponto por 30 segundos com uma pressão moderada, surge uma dor referida.
Um ponto gatilho é dito ativo quando é um foco de hiperirritabilidade sintomática no músculo ou fáscia com padrão de dor referida (dor espontânea ou ao movimento, diminuição da ADM, diminuição de força, dor à palpação e bandas tensas). O ponto em forma latente não causa dor, mas pode tornar-se ativo por qualquer evento (trauma, stress), gerando a dor referida.
 
 
Fisiopatologia do ponto-gatilho: Há várias teorias: liberação de Ca +2, Inflamação neurogênica, abertura das comportas, desfacilitação do fuso, modificação no SNC, reflexos viscerossomáticos e somatoviscerais e dor referida e Sinais de SNA e memória.
Das teorias referidas a mais aceita é a liberação de Ca +2 e afirma que os pontos ativos podem ser iniciados por um trauma que localmente abre o retículo sarcoplasmático, liberando Ca +2. Este Ca +2 combina-se com o ATP para continuamente ativar os mecanismos locais de contração, gerando deslizamento e interação de actina e miosina com encurtamento do feixe muscular afetado. Isto causa uma contratura local (banda tensa), ou seja, a ativação de miofilamentos sem atividade elétrica e controle neurogênico. Esta atividade gera alto gasto energético e colapso da microcirculação local. O consumo energético sob condições de isquemia leva à depleção de ATP o que impede a recaptação do Ca +2 pelo retículo – ciclo vicioso autossustentado.
 
Colaboração: Dra. Amélia Marques
 
 
Fonte: coluna.com


Tratamento:

O diagnóstico da dor miofascial é clínico, com a palpação dos pontos gatilho dos músculos envolvidos. Não se deve confundir estes pontos-gatilho com os pontos dolorosos da fibromialgia, que não apresentam dor irradiada e não formam nódulos.

O tratamento da dor miofascial consiste em alongamentos, atividade aeróbica e massagens locais. Relaxantes musculares podem ser usados. Uma técnica comumente utilizada é o agulhamento dos pontos gatilho com lidocaína, que induz ao relaxamento dos mesmos.

O tratamento deve ser instituído rapidamente, pois a cronicidade dos pontos-gatilho é uma das principais causas que levam a um processo de sensibilizar o sistema nervoso central e dores mais difusas, como a Fibromialgia.  



fibromialgia.com


Fisioterapia com Você: As técnicas fisioterápicas são bem indicadas em pacientes com dor miofascial. Tanto o tratamento convencional, como o uso da eletroterapia, quanto os métodos para o relaxamento da musculatura envolvida, são utilizados com bastante sucesso. O alongamento muscular no sentido contrário à ação do músculo é uma das técnicas empregadas. É muito importante a identificação de vícios de postura e de movimentos durante o dia-a-dia, os quais são frequentemente a causa dessa síndrome.

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