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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aposentadoria e Autoestima

 

Sossego é fonte de bem-estar? Grande engano. O que traz bem-estar é o equilíbrio TDL = trabalho, descanso, lazer. A pessoa que não tem desafios, que não tem que lutar por nada, não vive bem. Só se for por um fim de semana, ou, no máximo, em uma quinzena de férias. Depois vem o tédio, que tira o tempero e torna a vida insossa. Qualquer dúvida, basta observar a expressão apática e blasé de pessoas que, pelo que se pensa, estariam ‘muito bem de vida’.
Na nossa cultura a autoestima está fortemente vinculada a realizações, que são preciosas fontes de reconhecimento e de valorização. Por um lado, fontes externas, como fama, simpatia, apreço, admiração; por outro lado, fontes internas, ligadas ao ‘ideal de ego’ e à autoavaliação. Explico: para o bem-estar, a relação entre a expectativa e os resultados deve estar equilibrada; quando a expectativa é alta demais ou os resultados são considerados insuficientes, há o sentimento de fracasso, de incompletude, que invade e coloca um filtro cinzento em todas as avaliações, em toda a visão do mundo.
O copo, que está meio cheio, passa a ser visto como meio vazio. O mais saudável, claro, é estar livre para curtir o que há de bom no copo e para procurar mais coisas boas para enchê-lo de novo. Mas quando a pessoa está aprisionada a uma postura depreciativa de si própria, de tudo e de todos, acaba a liberdade de viver bem. A ênfase fica focada no ruim, no que falta, no que incomoda, envenenando o cotidiano e quase sempre contaminando os que estão próximos.
O risco existe e é bem conhecido. O que pode ser feito para evitá-lo? O ditado diz: ‘pernilongo só dá em água parada’. A solução ideal é encontrar o elixir da longa vida e não envelhecer. Caso isso não seja possível, como fazer para a vida após a aposentadoria ser a melhor possível? A comunidade tem muitos recursos, resta aproveitá-los bem – e isto deve começar bem mais cedo do que se pensa – nos cinquentas, e não nos sessentas.
Prevenir é ‘pre – venire’, vir antes, antecipar-se aos problemas e criar soluções. Palestras, cursos, desenvolver novos e reavivar antigos interesses, frequentar grupos novos, etc.
Apesar de ainda insuficiente, é crescente nas melhores empresas e instituições a atenção na preparação do funcionário para a hora da aposentadoria.

Einstein, em sua sabedoria, escreveu ao filho:
“Com os homens, é como com as bicicletas: só quando se está andando pode-se manter um equilíbrio confortável”. 

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