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quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Efeito Déjà Vu


Déjà vu ou Déjà vi é uma reação psicológica fazendo com que sejam transmitidas ideias de que já esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo. O termo é uma expressão da língua francesa que significa, literalmente, já visto,
Sabe-se que nossa memória às vezes pode falhar; nem sempre consegue-se distinguir o que é novo do que já era conhecido. Eu já li este livro? Já assisti a este filme? Já estive neste lugar antes? Eu conheço esse sujeito? - essas são perguntas corriqueiras de nossa vida. No entanto, essas dúvidas não são acompanhadas daquele sentimento de estranheza que é indispensável ao verdadeiro déjà vu. Eu posso até me sentir um pouco confuso, ou indeciso, ou triste por sentir que minha memória já não tem a limpidez de outros tempos, mas isso é natural; o sentimento associado ao déjà vu clássico não é o de confusão ou de dúvida, mas sim o de estranheza. Não há nada de estranho em não lembrar de um livro que se leu ou de um filme a que se assistiu; estranho (e aqui entra-se no déjà vu) é sentir que a cena que parece familiar não deveria sê-lo. Tem-se a sensação esquisita de estar revivendo alguma experiência passada, sabendo que é materialmente impossível que ela tenha algum dia ocorrido. Mas, o que é mais intrigante nesta questão é o fato do indivíduo poder, nestas circunstâncias, experimentar esta estranha sensação de já ter vivenciado o que lhe ocorre, e além disso, também poder relatar (antes de uma observação) quais serão os acontecimentos seguintes que se manifestarão nesta sua experiência.

 DEJA VU: ENTENDA ESSE BUG DO NOSSO CÉREBRO

O cérebro possui vários tipos de memória, como a memória imediata, responsável, por exemplo, pela capacidade de repetir imediatamente um número de telefone que é dito, e logo em seguida esquecê-los; a memória de curto prazo, que é aquela que dura algumas horas ou dias, mas que pode ser consolidada; e a memória de longo prazo, que dura meses ou até anos, exemplificada pelo aprendizado de uma língua.
O déjà vu acontece quando por uma falha no cérebro, os fatos que estão acontecendo são armazenados diretamente na memória de longo ou médio prazo, sem passar pela memória imediata. Isso nos da a sensação que o fato já ocorreu.

O tipos mais comuns

Déjà vu associativo

O tipo mais comum de déjà vu experimentado por pessoas normais e saudáveis é de natureza associativa. Você vê, ouve, cheira ou experimenta algo que desperta uma sensação que você associa com algo já vivenciado antes. Muitos pesquisadores acham que esse tipo de déjà vu é uma experiência baseada na memória e assumem que os centros de memória do cérebro são os responsáveis por ele.

Déjà vu biológico

Há também uma alta ocorrência de déjà vu entre pessoas com epilepsia do lobo temporal. Um pouco antes de ter um ataque, elas experimentam uma forte sensação de déjà vu. Isso tem dado aos pesquisadores mais confiabilidade para estudar o déjà vu e eles têm sido capazes de identificar as áreas do cérebro onde esses tipos de sinais de déjà vu se originam. Contudo, alguns pesquisadores dizem que esse tipo de déjà vu é distintamente diferente do déjà vu comum. A pessoa que o experimenta pode acreditar que já passou exatamente por aquela situação, ao invés de ter apenas uma breve sensação do fato.

O déjà vu ocorre com alguma previsibilidade em distúrbios psiquiátricos importantes como a ansiedade, depressão, distúrbios dissociativos e esquizofrenia.

Estudo do Déjà Vu

O déjà vu é extremamente difícil de se estudar porque ocorre rapidamente, sem aviso e apenas em certas pessoas, além de não apresentar manifestações ou sintomas externos que não da pessoa dizendo: "ei, déjà vu!". Por isso, há poucas pesquisas confiáveis e nenhuma explicação definitiva. Os dados para os estudos de déjà vu dependem de descrições pessoais e lembranças. Há dois séculos as pessoas têm apresentado razões por que experimentamos déjà vu. Desde filósofos e psicólogos até especialistas paranormais, cada um tem sua própria teoria.

Emile Boirac foi um pesquisador francês paranormal que usou pela primeira vez o termo déjà vu em seu livro "L'Avenir des Sciences Psychiques". Contudo, ele não pesquisou o fenômeno profundamente. Sigmund Freud teorizou que essas experiências resultavam de desejos reprimidos ou memórias relacionadas com um evento estressante que as pessoas não queriam mais admitir como memória regular. Os cientistas usaram essa teoria, chamada de paramnesia, para explicar o déjà vu durante boa parte do século XX.

Ao longo dos anos, muitos cientistas ignoraram o déjà vu completamente devido à sua freqüente associação com experiências de vidas passadas, PES e abduções alienígenas. Essas associações deixaram o estudo do déjà vu um pouco estigmatizado. Recentemente, os pesquisadores deixaram de lado algumas dessas associações e começaram a colocar a tecnologia de imagens cerebrais a seu serviço. Colocando o estudo do déjà vu dentro do estudo da memória, eles esperam descobrir mais sobre como as memórias são formadas, armazenadas e recuperadas.



Eles já determinaram que o lobo temporal médio está envolvido na nossa memória consciente. Dentro do lobo temporal médio há o giro parahipocampal, o rinencéfalo e a amígdala. John D.E. Gabrieli, da Stanford University, descobriu em 1997 que o hipocampo nos possibilita recordar os eventos conscientemente. Ele também descobriu que o giro parahipocampal nos possibilita determinar o que é familiar e o que não é (e isso sem acessar uma memória específica para o fato).

Enquanto cerca de 60% das pessoas dizem que já tiveram déjà vu, as ocorrências são mais altas em pessoas entre 15 e 25 anos de idade. A idade superior varia entre os pesquisadores, mas a maioria concorda que as experiências de déjà vu diminuem com a idade. Há também relatos de maior ocorrência entre aqueles com renda mais alta, que viajam mais e com alto nível educacional. A imaginação ativa e a habilidade de recordar sonhos também têm sido algo comum entre pessoas que relatam experiências de déjà vu.
Alguns pesquisadores também relataram que quanto mais cansada ou estressada está a pessoa, maior a probabilidade de experimentar um déjà vu. Outros pesquisadores, contudo, descobriram exatamente o oposto. Eles relataram que quanto mais descansado e relaxado você está, maior a probabilidade de ter um déjà vu. Obviamente, ainda não se chegou a um acordo sobre muitas situações relacionadas ao déjà vu.
Uma descoberta relatada é que a pessoa que tem a mente mais aberta ou é politicamente mais liberal, tem maior possibilidade de experimentar um déjà vu. Contudo, isso também significa que quanto mais mente-aberta você é, mais provavelmente você falará de alguma coisa que possa ser encarada como "estranha", por exemplo, o déjà vu.


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