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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Gente que faz a diferença! Médico aposentado ajuda feridos na Síria


Mesmo aposentado, médico britânico ajuda feridos em conflito na Síria

O cirurgião britânico Paul McMaster (Foto: Divulgação/MSF)


Caverna na Síria onde foi montado hospital pela organização Médicos Sem Fronteiras
 
Um hospital improvisado dentro de uma caverna na Síria. Foi neste local que um cirurgião britânico de 70 anos, professor de medicina aposentado da Universidade de Birmingham, atendeu crianças, idosos, mulheres e combatentes feridos no conflito entre rebeldes e forças leais ao presidente Bashar Al-Assad, iniciado em 2011. Ligado à organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), Paul McMaster passou cerca de três semanas no hospital de campanha, montado para atendimento médico entre outubro e novembro de 2012.


Caverna na Síria onde foi montado hospital pela organização Médicos Sem Fronteiras (Foto: Divulgação/MSF)

 
O cirurgião trabalhou no hospital dentro da caverna com uma equipe de cerca de 20 pessoas, incluindo médicos, enfermeiras e pessoas de comunidades locais treinadas para auxiliar.
"Nós precisávamos estar perto da área de conflito para garantir tratamento aos feridos e doentes. A caverna era uma proteção, mas ouvíamos bombas na montanha acima de nós", relembra. Em alguns momentos "caíam fragmentos do teto" enquanto os médicos trabalhavam, diz McMaster.
Cerca de três quartos (75%) dos atendidos no hospital montado na região noroeste da Síria eram civis, recorda o cirurgião. "A população da área estava há nove meses sem energia elétrica, praticamente sem acesso a tratamento médico ou dentário. As pessoas tinham dificuldade até de achar comida", afirma. Boa parte dos pacientes apresentavam problemas comuns, mas cujo tratamento antes da chegada dos médicos estava dificultado por falta de remédios ou estrutura.
 
"Apareciam idosos com pressão alta, diabetes, casos comuns mas que se complicavam pela dificuldade em achar insulina, por exemplo", lembra McMaster. "A diabetes fugia do controle."
Havia casos também de crianças com asma e problemas pulmonares por respirar fumaça - muitas famílias protegeram-se em porões ou abrigos subterrâneos e cozinhavam ali mesmo, em locais sem ventilação.
Além dos problemas comuns - diabéticos, mulheres grávidas - havia os feridos pela guerra. "Nós víamos uma mulher carregando um bebê que havia sido atingido por estilhaços de bomba", com a testa e o rosto feridos, relembra McMaster. "Imagine o sofrimento de uma mãe cujo filho foi atingido, e metade de sua família ainda está presa em um prédio que foi bombardeado", lamenta.
 
O hospital atendia combatentes de ambos os lados que estivessem feridos - rebeldes ou forças leais a Assad. "Nós não fazemos distinção. A organização é neutra e independente, atendemos quem precisar. Um soldado, quando ferido, não está mais em combate e requer ajuda. Mas havia uma regra, que era a de que ninguém podia entrar no hospital armado", diz McMaster.
 
 
Segundo o médico, a norma foi respeitada pelos sírios que buscavam atendimento e ouviam a explicação, e não houve problema com pessoas armadas nas semanas em que ele esteve no hospital. "Lembro de um homem que levou sua mulher e estava com uma pistola no bolso. Pedimos que ele deixasse a arma do lado de fora", afirma McMaster.
 
 
Depósito de maçãs

 A caverna onde foi instalado o hospital era usada como um antigo depósito de maçãs de uma propriedade rural, diz McMaster. Os médicos montaram com os equipamentos que possuíam um pequeno laboratório, geradores de eletricidade e também uma sala de cirurgias usando o equipamento padrão da MSF para áreas de conflito. [...]
 
McMaster faz cirurgia em hospital improvisado em caverna na Síria (Foto: Divulgação/MSF)
 
 
Mudança na vida

 McMaster foi professor de medicina por 35 anos na Grã-Bretanha - primeiro na Universidade de Cambridge e depois em Birmingham. Ele diz, no entanto, que desde jovem alimentava o sonho de atuar em situações de crise em países em desenvolvimento.
No aniversário de 60 anos de McMaster, há uma década, houve uma pequena festa. Ele lembra que esse foi um dos marcos na sua decisão de atuar em regiões de conflito. "Minha filha propôs um brinde e disse: 'Quando você vai arrumar um trabalho apropriado?'. Eu pensei: 'Trabalho apropriado?'. Então ela falou: 'Você sempre quis fazer trabalho humanitário, quando vai começar?'", recorda.
Nesse momento, "caiu a ficha" do médico, e ele deu o primeiro passo para chegar onde está: começou um curso de dois anos em relações internacionais e conflitos armados para entender diferentes situações de desastre e conflito nos países em desenvolvimento. Na mesma época, entrou no Médicos Sem Fronteiras.
Seu primeiro trabalho em área de conflito foi na África. Ele já esteve no Sri Lanka, Haiti, Somália e no Quênia, antes de ir para a Síria. "Minha família me dá muito apoio", diz o médico. Sua filha também trabalha com serviços humanitários médicos e atualmente vive no Nepal, na Ásia, junto com três netos de McMaster.
 
Para ler na íntegra acesse:
 
 g1
 
 
Paul McMaster  é gente que faz a diferença!!


Veja também:
Fisioterapia com Você: O homem que salva faces

2 comentários:

Tatiane Mendes Viegas disse...

Fico realmente fascinada por historias como esta!! Que lindo exemplo!

Marcia Machado disse...

É verdade amiga, o mundo carece de pessoas assim! bjss