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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Apneia do sono - A tortura do ronco


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Pacientes que fizeram uma série de exercícios elaborados pela fonoaudióloga paulista Kátia Carmello Guimarães para fortalecer os músculos da garganta apresentaram melhora no quadro de apneia obstrutiva do sono



As obstruções nas vias respiratórias de quem apresenta essa doença são causadas pela flacidez dos músculos da garganta, que dificulta o fluxo de ar durante o sono. A garganta humana é semelhante a um cano que transporta o oxigênio até os pulmões. Esse cano é composto por tecidos, mucosa, gordura e músculos.
“Durante a noite, assim como nossos braços relaxam, ficando ‘moles’, os músculos da garganta também relaxam, diminuindo o espaço por onde passa o ar”, explica o professor Carlos Carvalho, supervisor de pneumologia do Hospital das Clínicas. Então, quando a pessoa sofre de apneia, os músculos acabam diminuindo – mais que o normal – a passagem de ar ou até mesmo fechando-a. Seguindo esse raciocínio, ao fortalecer os músculos da garganta, eles não obstruirão tanto a entrada e saída de ar, fazendo com que o paciente tenha menos interrupções respiratórias durante o sono.

 

Apesar de ser um distúrbio aparentemente simples, a apneia incomoda muita gente. Segundo Carvalho, em geral, os pacientes não reparam no problema. Normalmente, quem percebe o distúrbio no sono, os roncos e as paradas respiratórias são aqueles que convivem com eles. O ronco é um dos sintomas que mais perturbam e um dos principais sintomas de quem sofre de apneia. “À medida que o espaço da garganta vai diminuindo, o ar passa por um orifício cada vez mais estreito, até que chega uma hora que ele faz um barulho alto quando passa, que é o ronco”, explica Carvalho.  
Aqueles que sofrem de apneia devem ficar atentos. Embora seja um distúrbio do sono, ela pode acelerar o processo de aterosclerose nas artérias do corpo e aumentar a incidência de problemas cardiovasculares. “Quando se tem apneia do sono, se tem também uma baixa oxigenação sanguínea. Não chega muito oxigênio ao pulmão e, em consequência, não há oxigênio suficiente para o coração funcionar bem. Então, o coração é sobrecarregado. Em determinado momento o coração começa a ficar fraco e não aguenta trabalhar tanto”, observa Carvalho.
Assim como muitos distúrbios, a apneia do sono tem graus de gravidade que são constatados por meio de um exame de polissonografia. Acima de 30 interrupções, ela é considerada grave; entre 15 e 30, moderada; abaixo de 15, leve; abaixo de 5, já é vista como normal. Os exercícios desenvolvidos por Kátia são direcionados para pacientes de grau leve e moderado. “Mas quando a apneia é grave ou mesmo moderada, um tipo de tratamento muito recomendado é usar uma máscara ligada a um compressor de ar, o CPAP (abreviação, em inglês, de pressão positiva contínua nas vias aéreas), que é a pressão positiva contínua na via aérea. É um compressor que, ao jogar ar pelo nariz, abre a garganta”, explica.

Mais de 30% dos brasileiros sofrem de apneia. ainda não há cura, mas alguns tratamentos amenizam o problema

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CPAP é uma ótima alternativa para os pacientes de apneia, mas muitos não se adaptam a ele. Adaptar-se a ele não é fácil nem barato. Portanto, geralmente é recomendado àqueles que têm apneia grave.
Independentemente do grau de apneia, os médicos destacam a necessidade de mudança comportamental. Por exemplo, muitos dos pacientes com apneia são obesos. O excesso de gordura entope as vias aéreas. Se o motivo principal da apneia for a obesidade, o paciente deve entrar em uma dieta de emagrecimento e fazer exercícios com acompanhamento de fonoaudiólogo para tonificar os músculos e eliminar o excesso de gordura. O tratamento depende muito do perfil do paciente. A apneia é mais comum em homens de mais de 50 anos, quando a musculatura começa a ficar flácida, normalmente acima do peso ideal. Por isso, a primeira medida geralmente recomendada é a perda de peso. Outra medida é evitar álcool antes de dormir. “Às vezes, a pessoa bebe muito álcool no jantar. O álcool relaxa (ainda mais) a musculatura, o que pode agravar a apneia”, diz Carvalho. Para se ter um bom resultado no tratamento da apneia, recomenda-se algum tratamento com fonoaudiólogo ou mesmo com o uso do CPAP juntamente com essas mudanças de comportamento.

Fonte: revistaplaneta

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